Por ter visto o mar
Num olhar de quem nunca o viuPor ter ido atrás de uns olhos de maré
Sou capaz de andar sobre um mar que nunca existiu
Mas não sou capaz de ir mantendo a fé
Vão nascer manhãs
Por trás daquelas canções
Que herdei das ondas do mar
Quero-as irmãs
Ao ver os seus corações
Com medo de naufragar
Pedras e vulcões vão lançar o seu coração
Pra dentro do céu que fiz nascer em mim
Os seus corações é que me escolhem por vulcão
E pra não ser eu melhor é ser assim
Ventos e marés vão fazer o sol naufragar
Na palma da mão que o mar não soube ler
E se tu não és esse sol que me quer queimar
Não verás então o mar que tento ser
Vão nascer manhãs
Por trás daquelas canções
Ocultas na dor de um beijo
Quero-as irmãs
Ao ver os seus corações
Chamando medo ao desejo
Dazkarieh - Olhos de Maré
Há dias em que uma pessoa quer escrever sobre algo que a atormenta e não chega lá. É uma coisa só nossa,um segredo guardado. Muito provavelmente nem queremos contá-lo mas queremos por cá para fora aquilo que vai no peito. Dói, mói, pisa, rasga, corta...fere. Simplesmente não se consegue e nada nos faria mais feliz do que contar a todo o mundo, como se o partilhar da nossa dor a fizesse menos pesada. Há dias assim.
E depois, tal como o barbeiro do rei, cavamos um buraco na terra e contamos o segredo: "o rei tem orelhas de burro". Um canavial irá, mais tarde, crescer nesse terreno baldio e as canas cantarão a toda a gente o segredo guardado, misturado pelo ar. Assim como música. Tal e qual a música. É música.
Eu encontrei a que corresponde ao meu segredo.
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