Adormeço, já o dia nasceu, mas bastante mais calmo porque sei que há mais gente desperta para me ajudar... Será que vai ser hoje então?"
"Planeio as minhas saídas de casa, em matéria de emergência, até ao último pormenor. Identificação, bateria no telemóvel, a minha medicação, lenços, um saco de plástico, água...uma infinidade de coisas. Ninguém acha estranho, é normal as mulheres terem as malas cheias de tudo o que é necessário.
Não saio de casa sem me sentir calma e sem traçar na minha cabeça o trajecto que pretendo fazer. Afinal, se eu me sentir mal, não vou querer andar à procura de alguém ou de alguma coisa. Nem sequer sei se seria capaz. Mais vale estar prevenida."
"O coração começa a bater depressa. Não me consigo lembrar do porquê de estar assim. E, quanto mais penso que não tenho motivos para estar nervosa, mais me convenço que devo estar doente e que posso morrer. Então, o coração continua a bater descompassadamente. As minhas mãos começam a suar. Toda eu tenho suores frios a percorrerem-me o corpo e a levarem ao clímax a minha inquietação. A minha respiração acelera e, quando dou por mim, estou banhada em lágrimas e em suor a respirar sofregamente, como um peixe fora de água. Só consigo pensar que estou a morrer e o ciclo vicioso continua..."
Porque nem todas as doenças estão numa cadeira de rodas ou acamadas...

Levanta-te contra a discriminação das doenças mentais.
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